Se ainda tem alguma prenda para comprar aqui ficam duas sugestões.
Um passeio de Cintra até ao Mar ( http://estupefacto.blogs.sapo.pt/211495.html ) imagens com histórias de ontem, com paisagens vividas pelos nossos pais e avós - de Nuno Gaspar e Miguel Gaspar. Pode comprar em vários pontos da nossa freguesia como por exemplo no Café do Manel da Praia das Maçãs, sendo esta uma lembrança cuidada e de prestígio.
Mem Martins Retratos - de Zé de Fanares é um livro que reúne textos que há uns anos, foram publicados, semanalmente, no Jornal de Sintra, coluna essa que eu lia com muita satisfação. O preço é puramente simbólico, 5 Euros, e pode ser encontrado na Loja do Jornal de Sintra. Aqui vos deixo uma pequena, mas deliciosa, estória daquele tempo quando Mem Martins era uma aldeia.
O DEDO
O seu nome era Alfredo dos Santos mas toda a gente o conhecia por Alfredo da Rita - era filho da Rita Cavaleira. Também o tratavam por «Janeira», alcunha que tinha desde novo, sem saber bem porquê.
Trabalhou aos e anos na quinta do António Lopez Alvarez e a sua principal tarefa era ir todos os dias a Sintra. Ao hotel do patrão (o Hotel Nunes), levar produtos da quinta e de caminho trazer restos de comida para os porcos.
Como nesse tempo não havia ainda a estrada que liga Mem Martins à Portela, o Alfredo da Rita fazia o percurso Mem Martins - Ranholas - S. Pedro - Sintra. Tarefa dura, já que, quer de Verão, quer de Inverno, lá ia ele de madrugada, sempre na carroça puxada por um «cavalicoque» branco cuja guizeira era o despertador das pessoas que moravam à borda da estrada.
Amigo da pinga, visitava todas as tascas da beira da estrada e nem era preciso mandar parar o animal, ele disso se encarregava e, se alguma vez (raras vezes!), o Alfredo não lhe apetecia molhar o bico, tinha que se apear, porque a alimária só recomeçava a jornada depois dele ter entrado e saído da tasca.
Um dia «Janeira» entalou um dedo no taipal da carroça. A Ti Maria de Lourel, mulher do caseiro (o João da Velha) depois de lavar a ferida com água oxigenada, enrolou-lhe um trapo e aconselhou-o a «ir a qualquer lado, mostrar a ferida».
- Qual quê! Eu sou de boa carnadura! - disse o Alfredo e concluiu, só para ouvir a Ti Lourel, que era muito resmungona:
- Isto com mais umas copaneiras, tá aqui tá bom!
Assim não aconteceu e o «Janeira» lá continuava com o dedo entrapado.
Um dia quando descarregava - conforme podia - a hortaliça no hotel, o patrão reparando no trapo, já muito sebento, disse-lhe:
- Ó Alfredo, quando acabares de descarregar a carroça vais ali ao hospital, para lá te verem esse dedo.
O «Janeira» ainda tentou esquivar-se mas o patrão não lhe deu azo e não teve outro remédio senão ir. Em tal estado se encontrava a ferida que não houve alternativa - cortaram-lhe o dedo.
No outro dia, apesar de convalescente, o Alfredo da Rita, de braço ao peito, entra na taberna para, como de costume, matar o bicho.
O taberneiro, ao vê-lo de braço ao peito e calculando que o mal se tinha agravado, pergunta-lhe:
- Atão ó Alfredo, o dedo?
Responde o «Janeira», muito chateado, olhando para aquele rodilhão de ligaduras e encolhendo os ombros:
- Eu sê cá do dedo! Ficou lá no hospital!!!!
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